Portal de Conferências da FURB, III Semana da Pós-graduação em Química e XXIII Semana Acadêmica do curso de Química da FURB

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Estudo do tempo e granulometria no rendimento da obtenção da fração volátil de própolis de Melipona quadrifasciata
Camila Panini Valcanaia

Última alteração: 2018-08-23

Resumo


A própolis é um produto natural resinoso produzido pelas abelhas melíferas e possui composição química bastante complexa, a qual varia com a região geográfica e a espécie de abelha produtora. A fração volátil da própolis, apesar de estar em menor quantidade do que os compostos não voláteis, merecem destacada atenção devido à diversidade de constituintes químicos e às propriedades antibacterianas que apresentam. A extração da fração volátil é influenciada por fatores como condições operacionais e pré-tratamento da matéria prima, que podem alterar rendimento e a composição química do produto obtido. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo o estudo da influência do tempo e da granulometria no rendimento e na composição química na obtenção da fração volátil da própolis de abelha Melipona quadrifasciata por hidrodestilação. A própolis, coletada no município de Blumenau - SC, foi pulverizada e dividida em quatro granulometrias com auxílio de peneiras granulométricas (Tamis/Tyler). As granulometrias foram classificadas de acordo com a Farmacopeia Brasileira como pó fino/finíssimo, pó semifino, pó grosso/moderadamente grosso e pó muito grosso. A fração volátil foi obtida através de hidrodestilação em aparelho do tipo Clevenger em 2, 3 e 4 horas para cada granulometria, em triplicata. A proporção utilizada foi de 1 g de própolis para 5 mL de água destilada. Verifica-se, através da análise de variância (ANOVA) via teste de Fisher com significância para p < 0,05, que o efeito do tempo no rendimento da hidrodestilação da própolis só é significativo para as granulometrias fino/finíssimo e semifino. O efeito da granulometria no rendimento é significativo em alguns pontos. Observa-se que o maior rendimento foi obtido com maior superfície de contato das partículas da própolis (granulometria fino/finíssimo) e maior tempo de extração (quatro horas de hidrodestilação), sendo que, em relação aos rendimentos das demais granulometrias neste mesmo tempo, mostrou diferença significativa. A fração volátil obtida com maior rendimento foi caracterizada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, na qual o α-pineno demonstrou ser o constituinte majoritário. Conclui-se que a granulometria mais fina combinada com um tempo de quatro horas de hidrodestilação leva a um rendimento maior na obtenção da fração volátil de própolis de Melipona quadrifasciata. As demais frações voláteis obtidas serão caracterizadas para avaliar o efeito obtido na composição química.