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Análise do efeito do ciclo lunar no desempenho financeiro de empresas familiares e não familiares brasileiras
Rafael Ferla, Tarcísio Pedro da Silva

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


Este estudo tem como objetivo analisar o efeito do ciclo lunar no desempenho financeiro das empresas familiares e não familiares brasileiras. No tocante aos aspectos metodológicos da pesquisa, esta caracteriza-se pelo delineamento como descritiva, pelos procedimentos documental e de abordagem quantitativa. A amostra da pesquisa é composta por 289 empresas familiares e não familiares litadas na BM&FBovespa, que englobou um período de análise de 16 anos, compreendendo 2000 a 2015. Os achados da pesquisa sugerem que há efeito do ciclo lunar no desempenho financeiro das empresas familiares e não familiares brasileiras. Na carteira formada pela amostra completa de empresas, verifica-se que a influência da anomalia é observada no período pré-crise (2000 a 2007). Para o período total, os achados evidenciaram influência do ciclo lunar nos retornos, apenas, quando considerado uma janela de eventos de 7 dias. Analisando a influência do ciclo lunar nas carteiras individuais das empresas familiares e não familiares, os resultados inferem a ausência do efeito nas carteiras. Observou-se também que o retorno das ações das empresas familiares foi significativamente afetado pela crise financeira, o que pode estar relacionado a visão de longo prazo. Apesar de não significante, os resultados sugerem indícios de um impacto superior dos ciclos lunares nas empresas familiares. A visão de longo prazo destas empresas pode ser um elemento que aumenta a complexidade da avaliação dos investidores, tornando a ação mais sucetível ao sentimento dos investidores. No entanto, a presença das anomalias de calendário pode sinalizar um indício da presença de maior nível de investidores institucionais negociando ações das empresas não familiares, esta situação poderia limitar a irracionalidade dos investidores individuais nestas ações. Em relação ao efeito na volatilidade dos retornos, e volume diário de negociação das ações, os resultados inferem que não há influência do ciclo. Por fim, os resultados evidenciam um efeito do ciclo lunar nos retornos limitado, observável no período pré-crise, ou janela de 7 dias, sendo este independente das anomalias de calendário, volatilidade dos retornos e volume de negociação das ações, este achado está relacionado ao nível de desenvolvimento do mercado acionário brasileiro.

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