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Determinantes da Capacidade de Inovação sob a Perspectiva das Redes Colaborativas
Elaine Vaz, Luciano Castro de Carvalho

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


A capacidade de inovação pode ser definida como o processo de melhoria contínua das habilidades, competências e recursos que uma empresa possui para explorar as oportunidades voltadas ao desenvolvimento de novos produtos (NDP). É composta por recursos internos e externos. Internamente, está relacionada aos recursos utilizados no processo de inovação, como P&D e infraestrutura. Externamente, refere-se à participação da empresa em redes colaborativas com clientes e/ou fornecedores. Estudos anteriores demonstram que o desempenho operacional de uma empresa cresce à medida que sua capacidade de inovação aumenta por meio dos recursos e habilidades que absorve dos seus relacionamentos com parceiros internos e externos. Dessa forma, entendendo que o desempenho organizacional é decorrente da capacidade de inovação e da necessidade de explorar com mais profundidade a contribuição individual de cada um dos parceiros, estruturou-se um modelo linear de pesquisa que objetivou analisar a influência das redes colaborativas na capacidade de inovação das empresas. Para isto, foi realizado um estudo descritivo, causal e quantitativo. De corte transversal, o procedimento utilizado para a coleta de dados foi uma survey, que buscou identificar os níveis de colaboração das empresas brasileiras com fornecedores e clientes voltada para o NPD. A amostra de pesquisa, composta por 101 respondentes, compreende empresas brasileiras que realizam atividades de desenvolvimento de produtos, independente do porte ou segmento de atuação. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário composto por três blocos de perguntas: caracterização da empresa, atividades de exportação e dimensões de pesquisa (colaboração interna, colaboração com fornecedores, colaboração com clientes, capacidade de inovação e força do laço). Como base teórica para a análise das práticas relacionadas a integração da cadeia de suprimentos voltadas para o NPD, utilizou-se a Teoria do Capital Social. A metodologia adotada para a análise de dados foi a Modelagem de Equações Estruturais. Conforme os resultados obtidos, as redes colaborativas influenciam a capacidade de inovação, e a força do laço instituída entre os parceiros modera o impacto das redes sobre a capacidade de inovação. Em um contexto no qual as relações colaborativas são estabelecidas por laços fracos, os resultados demonstram que apenas o envolvimento com fornecedores e clientes influenciam a capacidade de inovação. Sob esta condição, a influência do envolvimento da equipe produtiva é nula. Por outro lado, sob a perspectiva de relações estabelecidas por laços fortes, os resultados ilustram que o envolvimento da equipe produtiva no NPD impacta a capacidade de inovação das empresas de forma superior ao envolvimento com fornecedores. Desta forma, paralelamente ao envolvimento com clientes que apresenta a maior influência na capacidade de inovação, se encorajada e explorada da maneira correta, a equipe produtiva corresponde ao relacionamento colaborativo mais vantajoso para a expansão da capacidade de inovação das empresas.