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Transposição de serapilheira como técnica de restauração no Parque Nacional da Serra do Itajaí
Gabriela Schaefer, Marcelo Diniz Vitorino, Eduardo Adenesky Filho

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


Avaliar as ações de restauração é fundamental para analisar a efetividade dos esforços e adequar as metodologias empregadas. Entretanto, poucos são os trabalhos sobre quantificação e qualificação das técnicas de restauração ecológica no Brasil. Considerando a importância do conhecimento dos processos de restauração, o presente estudo teve como objetivo avaliar áreas de floresta, regeneração natural e também da transposição de serapilheira como técnica de restauração, no Parque Nacional da Serra do Itajaí, Indaial-SC. A restauração foi avaliada em áreas de floresta, regeneração natural e na técnica de transposição de serapilheira, por meio de 20 parcelas permanentes em cada área, com 200 m², tendo 2 subparcelas para a avaliação da regeneração herbácea de 1 m². Para o monitoramento da regeneração foram mensuradas as variáveis: espécie, altura total, altura da inversão morfológica (PIM), DAP (> 3 cm), posição sociológica (sub-bosque, sub-dossel ou dossel) e a presença de epifitismo. Foram incluídas no levantamento do estrato herbáceo plantas com altura > 20 cm e DAP < 3 cm. Foram calculadas a riqueza de espécies e densidade de indivíduos de cada área. No levantamento arbóreo, a área de floresta apresentou o maior valor de riqueza de espécies (N=103), seguido da regeneração natural (N=27) e transposição de serapilheira (N=7). Prontamente, no componente herbáceo, a área de floresta também apresentou o maior valor de riqueza de espécies (N=39), porém a transposição de serapilheira teve maior valor de riqueza (N=26), quando comparado com a área de regeneração natural (N=24). Já em relação à densidade de indivíduos no estrato arbóreo, a área de floresta apresentou 2205 ind./ha, sendo Alsophila setosa Kaulf, a espécie de maior densidade (612 ind/ha). A regeneração natural apresentou 1660 ind./ha, com Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. de maior valor (465 ind./ha). A transposição de serapilheira obteve 80 ind./ha, tendo a espécie de maior valor e semelhante à encontrada na regeneração natural, com 52 ind./ha. A área de floresta apresentou maior riqueza de espécies e densidade de indivíduos, bem como maior quantidade de espécies clímax exigentes a luz e tolerantes a sombras e, a diminuição de espécies pioneiras. Isso se dá pelo fato de que em área de floresta, o ambiente apresenta melhores condições para que espécies exigentes possam se desenvolver. Além disso, a presença de animais (aves, roedores) pode contribuir para a chegada dessas espécies por meio da dispersão zoocórica de suas sementes. Na transposição de serapilheira, a maioria das espécies são pioneiras devido à melhor adaptação em locais com condições pouco favoráveis para as demais espécies. Além disso, apresentam baixa densidade justamente por poucas espécies se adaptarem à essas condições. Analisando as três áreas, é notável a formação de uma trajetória no desenvolvimento da área, devido a atuação do processo de sucessão natural.

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