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Parâmetros estruturais e ecológicos de artrópodes de serapilheira podem ser influenciados por técnicas de restauração ecológica?
Taise Cristina Plattau Arenhardt, Marcelo Diniz Vitorino

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


Paralelo à necessidade de restauração da Mata Atlântica, surge a necessidade de avaliar a influência que iniciativas de restauração ocasionam nos grupos faunísticos. Os artrópodes de serapilheira, notadamente as Classes Collembola e Insecta, participam de diversos processos ecológicos, e podem fornecer informações relevantes sobre as condições do ecossistema. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência de técnicas de nucleação na comunidade de artrópodes de serapilheira. O estudo foi realizado no Parque Nacional da Serra do Itajaí em quatro áreas amostrais localizadas no Faxinal do Bepe, sendo: 1) floresta nativa; 2) pastagem com rugosidades no solo; 3) pastagem com poleiros artificiais e 4) pastagem com transposição de galharia. A coleta dos artrópodes foi realizada com armadilhas do tipo pitfall e funil de Berlese-Tullgren. Foram realizadas sete coletas no período de agosto/2014 a agosto/2015, a partir da instalação de um transecto de 100 metros com cinco armadilhas pitfall dispostas a cada 20 metros. A permanência em campo foi de três noites. Foram retiradas duas amostras de serapilheira (0,5 m² cada amostra), as quais foram depositadas em funis de Berlese-Tüllgren para extração dos artrópodes. A discussão foi realizada com base em valores de abundância, riqueza, frequência relativa, índices de diversidade (Margalef e Berger-Parker) e similaridade (Bray-Curtis). As mesmas áreas foram observadas quanto aos parâmetros vegetacionais. Foram coletados um total de 121.213 artrópodes das Classes Collembola (82,40%) e Insecta (17,60%), sendo que Insecta apresentou riqueza de 17 Ordens e 102 Famílias. Por armadilha, 106.2016 (87,63%) indivíduos foram coletados a partir das armadilhas pitfall e 14.997 (12,37%) coletados a partir das amostras depositadas nos funis de Berlese-Tüllgren. Do total de artrópodes coletados, 57,22% foram obtidos  na área com a técnica de rugosidades no solo, 24,46% na área com transposição de galharia, 12,62% na área com poleiros artificiais e 5,70% na área de floresta nativa. A área de floresta nativa apresentou maior riqueza de famílias da Classe Insecta, seguida pela área de transposição de galharia. Os índices de diversidade indicam a área de floresta nativa como a mais diversa. As áreas mais similares foram transposição de galharia e rugosidades no solo (57%). Poleiros artificiais e floresta nativa apresentaram similaridade de 51%. A abundância das famílias (Ptiliidae, Curculionidae, Staphylinidae: Coleoptera) e (Gryllidae: Orthoptera) indica que os integrantes destes grupos  tem preferência por áreas mais bem estruturadas do ponto de vista vegetacional. A cobertura vegetal é um dos fatores que pode ter influenciado na abundância e diversidade de artrópodes. Os dados de artrópodes de serapilheira permitiram comparações entre a área de floresta nativa e as áreas com diferentes técnicas de nucleação. A Classe Collembola e algumas famílias da Classe Insecta apresentaram-se como potenciais bioindicadores do processo de restauração.


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