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Efeito do óleo essencial das folhas de Drimys angustifolia em colônias de Acromyrmex spp. em plantio de Pinus taeda
Carlos Meneghetti, Marcelo Diniz Vitorino

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


Formigas cortadeiras causam muitos danos e perdas econômicas em florestas plantadas, principalmente em plantios de Pinus taeda Linnaeus, 1758 (Pinales: Pinaceae), que é uma cultura de importância econômica no setor florestal brasileiro. Para controlar a ação destas formigas, são utilizados, muitas vezes indiscriminadamente, produtos agroquímicos em larga escala, que podem contaminar o meio ambiente e os processos ecológicos, sendo que a busca por formas alternativas de controle nas atividades florestais é prática desejável. Entre as várias formas de controle alternativo de pragas existentes, tais como o manejo do habitat e o controle biológico, há o controle com a utilização de extratos e óleos essenciais obtidos de plantas com propriedades inseticidas. Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do óleo essencial extraído das folhas de Drimys angustifolia Miers, 1858 (Canellales: Winteraceae), popularmente conhecida como casca-de-anta, em colônias de formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex Mayr, 1865 (Hymenoptera: Formicidae), em plantio de P. taeda, como alternativa de controle. O experimento foi realizado em talhões de P. taeda de uma unidade florestal da empresa Celulose Irani S/A, no município de Vargem Bonita, estado de Santa Catarina, na Fazenda Campina da Alegria, em doze colônias de formigas do gênero Acromyrmex spp. O óleo essencial foi obtido das folhas através de extração por arraste a vapor em equipamento industrial e foi aplicado em dois tratamentos com concentração de 100% e 10% no interior de oito formigueiros ativos, com um pulverizador manual e comparado com quatro formigueiros de controle, denominados de Tratamento III, que não receberam nenhuma aplicação. No Tratamento I, o óleo essencial foi aplicado em quatro formigueiros que receberam uma aplicação de 200 mL de óleo cada, em dose única. No Tratamento II, quatro formigueiros receberam uma aplicação de 20 mL de óleo diluídos em 180 mL de água destilada cada, em dose única. As diluições deste tratamento foram agitadas vigorosamente por 30 segundos aproximadamente, antes da aplicação nos formigueiros, para que ocorresse a composição uniforme da mistura de óleo e água, formando um líquido de aparência esbranquiçada, indicando a sua emulsificação. Ao final do experimento o resultado demonstrou que os oito formigueiros dos Tratamentos I e II estavam abandonados, evidenciando a potencial atividade do óleo essencial sobre as formigas, comparado com os quatro formigueiros de controle do Tratamento III, que se mantiveram ativos. A concentração de 100% de óleo essencial desencadeia um comportamento anormal das formigas nas primeiras avaliações após a sua aplicação. O óleo essencial de D. angustifolia altera o comportamento das formigas e demonstra possuir potencial para ser aplicado como controle alternativo de formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex.

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