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Alergia à proteína do leite de vaca, qualidade de vida e estilos parentais
Vanessa Korz, Maira Marina Kremer, Deisi Maria Vargas, Carlos Roberto de Oliveira Nunes

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


Introdução: A alergia à proteína do leite de vaca é a alergia alimentar mais comum em crianças de até dois anos. Seu tratamento envolve a exclusão do leite de vaca e os demais produtos alimentares comuns da infância. Esta situação pode impactar na qualidade de vida das crianças e de suas famílias, além dos estilos parentais.

Objetivo: Conhecer os níveis de qualidade de vida, os estilos parentais e as condições socioeconômicas e de saúde de cuidadores e de crianças com e sem alergia à proteína do leite de vaca.

Materiais e métodos: Estudo caso controle, observacional. O grupo caso foi constituído por responsáveis e com crianças com alergia à proteína do leite de vaca, de oito meses a cinco anos de idade, cadastradas no Setor de Alimentos Especiais do município e o Grupo Controle, por responsáveis e crianças saudáveis de mesma faixa etária. A coleta de dados foi realizada por visitas domiciliares previamente agendadas no decorrer de 2016. Avaliou-se a qualidade de vida da criança (TNO-AZL Preschool Children Quality of Life), a qualidade de vida do responsável (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey); estilo parental (Escala de Crenças Parentais e Práticas de Cuidado); dados socioeconômicos e de saúde da criança, incluindo o estado nutricional, a partir de dados secundários (caderneta de saúde da criança). O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar os grupos, com nível de significância de p <0,05.

Resultados: Participaram 70 díades (responsável e criança): 26 com alergia à proteína do leite de vaca e 44 sem alergia à proteína do leite de vaca. Os grupos não diferiram nas variáveis de controle: idade da criança, idade do responsável, escolaridade e renda mensal. As crianças com alergia à proteína do leite de vaca apresentaram menor qualidade de vida na dimensão saúde, pior estado nutricional (peso para idade) e realizaram acompanhamento com maior número de profissionais da saúde. Os pais do grupo alergia à proteína do leite de vaca ofereciam menor estimulação corporal aos seus filhos. Enquanto que os pais do grupo controle apresentaram menor qualidade de vida emocional. Os resultados sugerem que pais de crianças com alergia à proteína do leite de vaca foram mais protetivos do que os pais do grupo controle.

Conclusões: A alergia à proteína do leite de vaca impactou na saúde e no estado nutricional das crianças, na estimulação corporal recebida de seus pais, assim como qualidade de vida emocional dos pais.

Palavras-chave: hipersensibilidade a leite, qualidade de vida, pais.


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