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Entrega Domiciliar de Medicamentos em Municípios do Vale do Itajaí, Santa Catarina, Brasil
Sergio Mauricio Menoncin

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


No sistema público de saúde brasileiro, a entrega domiciliar de medicamentos para o tratamento de algumas doenças crônicas tem sido apontada como uma forma de garantia do acesso aos medicamentos. Por tratar-se de uma estratégia municipal, diversas formas de realizar este serviço foram criadas e poucos existem poucos dados a respeito do tema no Brasil.  O objetivo deste estudo foi identificar os municípios da região do Vale do Itajaí em Santa Catarina que realizam entrega domiciliar de medicamentos, os motivos que levaram a adoção desta modalidade de dispensação e o padrão tecnológico do serviço. Trata-se de um estudo de abordagem descritiva e exploratória, utilizando a análise de conteúdo. Os municípios foram selecionados previamente através de um questionário online. As entrevistas foram realizadas em quatro municípios com farmacêuticos, técnicos e gestores de assistência farmacêutica. Foram estudadas 09 categorias que permitiram discutir a respeito do padrão tecnológico deste serviço. Os principais resultados encontrados foram que o principal motivo para implantação do serviço foi por demanda do prefeito.  O município A realiza entrega domiciliar desde 2005, para idosos e a população assistida atualmente é de 4.800 pessoas, sendo que apenas os bairros com cobertura de ESF contam esse tipo de entrega. O município B implantou a entrega domiciliar em 2010 para idosos hipertensos e diabéticos e atende atualmente 2.400 pessoas com cobertura em 100% do município. O município C iniciou a implantação em 2015 para acamados e pessoas com dificuldade de locomoção e atende 500 pessoas. Já o município D iniciou a entrega em 2010 apenas para acamados e pessoas com dificuldade de locomoção e atende 10 pessoas. Os municípios A, C e D realizam a entrega através do ACS enquanto no município B a entrega acontece através de motoboy por empresa terceirizada. A participação do profissional farmacêutico é restrita a gestão e análise de prescrições. Apesar de elencarem vantagens para a implantação do serviço, os gestores entrevistados relatam a dificuldade da execução da entrega de medicamentos como um serviço de saúde pautado pelo uso racional de medicamentos. Estes e outros resultados encontrados nesta pesquisa permitiram conhecer diferentes estruturas de entrega domiciliar de forma a demonstrar a pluralidade dessas ações no SUS e demonstram que quando a entrega domiciliar é executada de maneira integrada ao serviço de saúde, com aproveitamento de recursos e para populações com real dificuldade de acesso pode ser uma estratégia para garantia do acesso ao medicamento. Contudo, a entrega domiciliar de medicamentos apesar de ser um serviço em expansão nos municípios catarinenses ainda carece de maior discussão sobre o processo de como deve ser efetivada e que grupos de pacientes poderiam se beneficiar desta estratégia.


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