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Uma epistemologia afro-americana nos caminhos da diversidade cultural: territórios e identidades afros
Marcos Rodrigues da Silva

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


A diversidade cultural e a formulação de uma epistemologia afro constituem campo da filosofia da educação com dificuldades para ser delimitado devido às inúmeras e tênues fronteiras com outras áreas de conhecimento. É fundamental abrir reflexões a partir dos movimentos históricos afros já constituídos, com suas tradições de crenças e saberes. O recorte histórico da pesquisa compreende a segunda metade do século XX, período em que ocorre o ocorre o processo de organização dos movimentos e organizações afro-brasileiros e afro-americanos, com ênfase nas realidades vividas pelos mais pobres na America Latina. Neste sentido, esta pesquisa objetiva discutir e sistematizar uma epistemologia afro como instrumental de análise que tem como desafio romper uma base eurocêntrica e propor uma re-leitura afro-americana. Assim, constrói-se um instrumento capaz de ser balizador de interpretação dos atos e atitudes dos grupos afros no campo comunitário. Neste contexto, retomamos as contribuições dos saberes dos povos negros na diáspora afro americana com o conhecimento científico e tecnológico em geral. Estes oferecem, a seu modo, referenciais para a sobrevivência do planeta e qualidade nas relações entre sujeitos, grupos e sociedades. Busca-se, compreender suas linguagens e as formas simbólicas no contexto territorial e espacial. Verificamos o caráter identitário do Saber, experimentado, vivido, em sua capacidade de identificar coisas, pessoas, acontecimentos, através da nomeação, descrição e interpretação, envolvendo conceitos apropriados e linguagem. Isso implica em: buscar as experiências vividas pelas comunidades afro, respeitando seus modos e jeitos de ser e viver com intensidade as manifestações de sua fé e ritualidades; reler os textos elaborados pelos membros do Grupo Atabaque que aceitou o desafio de refletir e sistematizar a partir das vivências das comunidades afro no Brasil, com um olhar para a América Latina; dialogar e sistematizar sobre os fundamentos que a partir dos instrumentais teóricos das ciências sociais e da religião, que possam indicar caminhos percorridos na diversidade cultural, na afirmação de uma epistemologia afro-americana, respeitando sua alteridade e identidade. Detectamos as correntes de pensamento, movimentos, tendências até então considerados marginais à cultura afro-americana, considerando a necessidade de ampliar os limites, desmontar preconceitos, rever cronologias e desenvolver análises comparativas, numa área de estudos nova e emergente. Identificamos como se expressam as linguagens e formas simbólicas no contexto territorial e espacial nas comunidades afro; verificamos o caráter identitário do Saber, o que foi experimentado e vivido; detectamos uma área de estudos com novos temas emergentes no contexto da educação brasileira.

 

Palavras-chave: Cultura afro, identidade, epistemologia, educação, saberes.


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