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Uma Cartografia da Estética (In)Visível em Espaços de Educação Infantil
Rosemari Formento Bonickoski, Gicele Maria Cervi

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


Inicio a cartografia tendo como desenho inicial o objeto de pesquisa “estética na Educação Infantil”. Nesta pesquisa, optei por interrogar: como as práticas em instituições de educação infantil são atravessadas pela estética? E, no objetivo geral, cartografar estética nas práticas em quatro instituições de educação infantil públicas, dos municípios de Blumenau, Pomerode, Gaspar, Indaial - cidades do Vale do Itajaí, Santa Catarina. A cartografia, segundo Kastrup (2014), visa a acompanhar um processo e não estabelecer um caminho linear para atingir um fim. Como um cartógrafo, suas anotações e seus registros descrevi a estética na educação infantil a partir de observações, através de fotografias e registro em diário de campo; bem como problematizei as práticas discursivas dos gestores sobre estética em instituições de educação infantil. Foi a partir dos acordos teóricos com Rancière (2012), Foucault (2012) Deleuze e Guattari (2011) que olhei para o meu objeto de pesquisa, nesses quatro espaços pesquisados. Os dados produzidos, quando capturados pela lente da máquina, apresentam um produto: na estrutura física, nas portas, nas paredes, nos arranjos espaciais, no espaço externo e nos materiais. Na estrutura física das instituições, apesar dos documentos oficiais darem indicativo de um espaço de qualidade para a infância e dos gestores buscarem se adequar aos documentos, os espaços não são construídos para as crianças, mas são adaptados. Há uma forte presença do adulto nas construções expostas pelas instituições. Algumas linguagens predominam, como a fotografia e o desenho, e este se padroniza em recorte e colagem. Quando há presença da criança nas construções, a linguagem visível é a pintura. As construções presentes nas portas, nas paredes, marcam uma estética visível do adulto e uma estética invisível da criança. Nas práticas discursivas das gestoras foi possível conhecer o processo e saber quais as linguagens às quais as crianças têm acesso. No dizível, algumas linguagens estão mais presentes: o desenho, a pintura, a música, o teatro; outras linguagens como a escultura, instalação, cinema, poesia e brincadeiras são linguagens pouco citadas. As gestoras falam de viver as linguagens pelo corpo, de ampliação do repertório, se preocupam com alargamento do acervo, com a fotografia e o desenho, as crianças projetaram espaços e esses se mostram com a participação das famílias nas construções. Há uma tendência das linguagens na educação infantil em se tornarem conteúdos ou pretexto para ensinar conceitos. A estética que atravessa essas instituições se movimenta entre o visível do adulto e o (in)visível da criança. Como seria uma estética compartilhada e construída com a criança?


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