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Perfil fitoquímico e efeito hipolipidêmico do extrato aquoso de folhas de amoreira-preta (Morus nigra L.)
Ana Paula Dalmagro

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


As folhas de amoreira-preta (Morus nigra L.) são utilizadas popularmente para o tratamento da menopausa, diabetes, obesidade, inflamações e hipercolesterolemia. Estudos citam a prevalência de compostos fenólicos em sua composição, possivelmente responsáveis por suas propriedades terapêuticas. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo, a avaliação fitoquímica de três formas de extratos de folhas de amoreira-preta e do efeito em animais induzidos à hiperlipidemia tratados com a infusão. As folhas de M. nigra L. foram coletadas no Verão/2013, em Blumenau/SC. Para avaliar a composição fenólica foi utilizado um HPLC Varian ProStar 320, com coluna RP-C18 Agilent (250 mm x 4,6 mm, Ø 5 µm) e detector UV (330 nm). A fase móvel utilizada foi uma mistura de H2O acidificada (0,1 % CH2O2) e MeOH (70:30). Comparou-se o TR entre picos e padrões, e a concentração foi expressa mg g-1 em equivalentes de ácido gálico (EAG). Para os extratos de infusão, decocção e hidrometanólico (70:30), concentração 2%, o ácido clorogênico foi o principal metabólito encontrado com 394,06 ± 2,14 mg g-1; 1299,56 ± 7,06 mg g-1; 134,17 ± 0,13 mg g-1, respectivamente. Foram identificados sete compostos fenólicos diferentes, porém, cada tipo de extração apresentou um perfil cromatográfico distinto. Foi induzida a hiperlipidemia em ratos (CEUA/FURB - 015/2013), pela aplicação de Tritom WR-1339 (400 mg Kg-1), que aumentou os níveis de triglicerídeos, colesterol total, LDL-c e VLDL-c e diminuiu HDL-c (p<0,001). O fenofibrato (65 mg Kg-1) e as doses de extratos de amoreira-preta (100, 200 e 400 mg Kg-1), foram responsáveis pela diminuição dos níveis de colesterol total e triglicerídeos (p<0,05). Entretanto, apenas os animais tratados com os extratos obtiveram aumento do nível de HDL-c (p<0,05); além da diminuição dos índices aterogênico e cardiovascular (p<0,001). A atividade hipocolesterolêmica vem sendo atribuída a compostos fenólicos como ácido clorogênico e quercetina em diversos estudos. Nossos resultados apontam para quantidades significativas destes na infusão corroborando uma possível participação na atividade hipolipidêmica. A avaliação qualitativa e quantitativa dos compostos fenólicos de folhas de amoreira-preta mostrou-se relacionada à forma de extração. A infusão apresentou atividade hipocolesterolêmica e aumento de HDL-c, configurando-se como um possível recurso no tratamento da hiperlipidemia.


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