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O Saber e o Fazer dos Profissionais da Estratégia de Saúde da Família de Timbó-SC na Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas não Transmissíveis
Fernanda Vicenzi Pavan, Judite Hennemann Bertoncini

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


As doenças crônicas constituem problema de saúde de grande magnitude, correspondendo a 72% das causas de mortes. O Diabetes Mellitus (DM) é uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) de crescente prevalência e é considerado pelo Ministério da Saúde (MS) um dos problemas mais comuns que as equipes de saúde enfrentam. Observa-se no cotidiano dos profissionais envolvidos com a Estratégia de Saúde da Família (ESF), práticas, em sua maioria, prescritivas, voltadas para a doença, desprovidas de corresponsabilização entre equipe de saúde e usuário ou mesmo entre equipe de saúde e apoio especializado, excluindo o usuário de seu próprio processo de saúde- adoecimento. Uma das mudanças fundamentais na atenção à saúde seria incentivar as ações de autocuidado apoiado, seja no SUS ou no sistema privado de saúde suplementar (MENDES, 2012). Scherer (2006 apud Bertoncini, 2011) sugere que é necessário o desenvolvimento de competências com vistas a enfrentar a complexidade dos problemas e do trabalho em saúde, como é o caso do DM, um problema bastante complexo, que exige dos profissionais da AB negociação e gestão da atividade na articulação de seus saberes e práticas. Assim, faz-se necessário conhecer e descrever as práticas e saberes dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família do município de Timbó-SC no que diz respeito ao cuidado às pessoas com DM. Os objetivos deste trabalho são analisar os saberes e práticas dos profissionais de saúde da ESF de Timbó-SC quanto ao cuidado prestado às pessoas com DM; descrever as práticas desses profissionais com relação ao cuidado prestado às pessoas com DM; discutir a práxis dos profissionais de saúde da ESF de Timbó-SC quanto ao cuidado prestado às pessoas com DM; relacionar o trabalho prescrito e o trabalho real desses profissionais com os ingredientes da competência que usam no seu agir profissional. A pesquisa está sendo realizada com profissionais de 6 equipes de Saúde da Família que atendem pessoas cadastradas com DM, através de encontros de trabalho. Os encontros são realizados na sede de cada Unidade de Saúde da Família, em horário pré estabelecido de reunião de equipe com duração de, no máximo, 1 hora e 30 min. Observa-se nos encontros realizados até o momento que os profissionais referem que realizam o acolhimento aos usuários, porém há dificuldade de acompanhamento longitudinal e integral devido à falta de contra referência. Desta maneira, a coordenação do cuidado fica prejudicada. Em alguns casos, há o conhecimento do que está prescrito nas diretrizes e normas do MS, mas percebe-se que os profissionais renormalizam o trabalho levando em conta as demandas locais, as condições de trabalho e seus valores. Sugere-se incentivo à educação permanente no município, trazendo subsídios para melhora da qualidade na atenção às pessoas com DM.


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