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EFEITO DA ESTRUTURA DE CAPITAL NO DESEMPENHO ECONÔMICO DE EMPRESAS FAMILIARES DO BRASIL E DO MÉXICO
Daniel Fernando Padilha

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


A estrutura de capital das empresas pode ser influenciada por alguns fatores que determinam essa escolha, que pode apresentar reflexos no seu desempenho econômico. Assim, esta pesquisa teve por objetivo avaliar o efeito da estrutura de capital no desempenho econômico de empresas familiares do Brasil e do México. O estudo caracterizou-se como descritivo, documental e com abordagem quantitativa. A população da pesquisa compreendeu todas as empresas listadas na BM&FBOVESPA, obtendo-se um total de 491 companhias, e 156 empresas listadas na Bolsa de Valores do México. A amostra foi composta pelas empresas com aspectos familiares definidas assim pela consulta no relatório de referência em que apresentavam membros da família com posse de pelo 20% do total de capital votante da firma em ambos os países, perfazendo um total de 80 companhias brasileiras e 53 mexicanas analisadas. Os indicadores da estrutura de capital foram endividamento de curto e longo prazo, rentabilidade, tangibilidade, crescimento, tamanho, PIB e inflação. Já os indicadores de desempenho econômico foram endividamento total, ROA, ROE, ROS e GAT. Os dados desses indicadores foram extraídos do sítio eletrônico da Thomson ONE Banker, na base de dados Financial e Worldscope, no período de 2005 a 2014. Num primeiro momento utilizou-se a entropia dos dados, por meio do software Excel para atribuir pesos aos indicadores de desempenho econômico e formar um ranking de empresas utilizando o método OCRA. Em seguida, foi utilizado o método de regressão linear múltipla com análise de dados em painel, para verificar os fatores que determinam a estrutura de capital de empresas familiares do Brasil e do México, bem como a influência do endividamento no desempenho econômico das companhias analisadas. Os resultados mostraram que a rentabilidade, o tamanho e a inflação são fatores que afetam o endividamento das empresas familiares em ambos os países sob o enfoque da teoria de Pecking Order. Observou-se ainda que as empresas familiares possuem maior estrutura para assumir dívidas, pois buscam financiamentos de longo prazo, ao contrário das companhias familiares mexicanas que buscam financiar suas dívidas no curto prazo prezando pelo retorno de resultados em menor tempo. Essa divergência, pode ser atribuída em virtude das empresas familiares do Brasil serem de grande porte, observando seus ativos totais que refletem num estreitamento de garantia e relação com seus credores em comparação às empresas familiares mexicanas que possuem menor montante de ativo total. Assim, apesar desta pesquisa ser considerada inovadora, reconhece-se que ainda existe a necessidade de explorar de forma aprofundada o tema em destaque, tendo como recomendação a aplicação do constructo desta pesquisa à comparação de empresas familiares e não-familiares no aspecto de períodos de crise e seus reflexos no desempenho econômico dessas companhias.


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