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Influência da Folga Financeira no Desempenho Econômico de Empresas Familiares e Não Familiares Brasileiras e Mexicanas.
Edgar Pamplona, Tarcísio Pedro da Silva

Última alteração: 2016-09-21

Resumo


A discussão sobre folga financeira e sua relação com o desempenho econômico de empresas tem sido motivo de estudos incessantes na área de finanças corporativas desde o trabalho seminal desenvolvido por Cyert e March em 1963. Neste sentido, visando contribuir para o conhecimento do tema, que ainda carece de achados e reflexões densas, este estudo tem por objetivo verificar a influência da folga financeira no desempenho econômico de empresas familiares e não familiares Brasileiras e Mexicanas. No que concerne aos aspectos metodológicos, a presente pesquisa é delineada como descritiva, com procedimento documental e abordagem quantitativa. A amostra de pesquisa compreende 373 empresas, sendo 268 organizações brasileiras listadas na BM&FBovespa e 105 organizações mexicanas listadas na Bolsa Mexicana de Valores (BMV), abrangendo período de análise de 19 anos, mais especificamente de 1996 a 2014. Para análise dos dados, foram utilizadas as técnicas de estatística descritiva, teste de médias (t de student) e regressão linear e quadrática. Os achados da pesquisa apontam que empresas não familiares possuem maior desempenho econômico comparativamente às empresas familiares tanto no Brasil como no México, estando tal evidência atrelada ao fato de que empresas familiares notadamente possuem maior propensão a enfatizar objetivos não financeiros. Na comparação entre os países, tem-se que empresas mexicanas não familiares possuem, em média, maior folga financeira do que empresas brasileiras não familiares, podendo tal achado estar vinculado a menor taxa de juros existentes no contexto mexicano, o que torna o custo de capital de terceiros mais acessível. Por fim, constatou-se que em ambos os países foco de estudo os resultados apontaram majoritariamente que há relação quadrática entre folga financeira e desempenho econômico, levando ao entendimento de que tanto pouca folga quanto muita folga é prejudicial ao desempenho corporativo, corroborando, sobretudo, com pesquisas recentes desenvolvidas sobre a temática em questão. Além disso, verificou-se que empresas familiares maximizam seu desempenho operando com níveis mais elevados de folga financeira do que empresas não familiares tanto no cenário brasileiro quanto no mexicano, estando tais resultados vinculados a características de empresas familiares como visão de longo prazo, busca da prosperidade empresarial por várias gerações da família, aversão ao risco, conservadorismo e, também, menor propensão a captação de recursos via terceiros, o que proporciona maior necessidade de retenção de lucros ou aporte de capital pelos membros da família, justificando, desta forma, a necessidade de operar com patamares de folga financeira superior pelas empresas familiares a fim de maximizar o desempenho econômico corporativo.


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