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Manejo Florestal em uma Floresta Atlântica Secundária: caracterizando os danos da colheita
Daniel Augusto da Silva, Geferson Piazza, Alfredo Celso Fantini, Alexander Christian Vibrans

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


Diminuir os impactos á floresta remanescente é um dos objetivos do manejo florestal sustentável. Para alcançar esse objetivo é essencial saber qual a dinâmica destes impactos, qual operação causa mais danos e que tipo de dano é o mais frequente. Vários estudos abordaram esse tópico em florestas tropicais primárias, principalmente na floresta amazônica, mas pouco é sabido em florestas secundárias, que possuem menor porte e maior densidade de árvores. Com base nisso, nosso objetivo foi avaliar os impactos gerados pela colheita seletiva de madeira na comunidade remanescente em uma Floresta Pluvial Subtropical, componente do Bioma Mata Atlântica, secundária no norte de Santa Catarina. Foram instaladas na área nove unidades amostrais (UA) com 1600 m2 de área útil que sofreram colheita seletiva de madeira em intensidades que variaram entre 18% e 56% de redução da área basal original. Dentro das UAs foram medidos todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) acima de 5 cm antes da colheita e após a colheita caracterizamos e quantificamos os danos em cada um dos indivíduos remanescentes. A classe, intensidade e frequência dos danos foram então relacionadas com a intensidade de colheita através de regressão linear. As classes de danos avalisadas foram: danos ao fuste, copa e incidência de árvores inclinadas, com três níveis de intensidade cada. No total 26% dos indivíduos remanescentes sofreram algum tipo de dano, com 12,1% sofrendo danos moderados ou severos e os demais 13,9% sofrendo danos leves. A classe de dano mais frequente foi o dano ao fuste, seguida pelo dano à copa e inclinação. Apenas a frequência absoluta de danos à copa apresentou relação com a intensidade de colheita, enquanto os danos ao fuste, inclinação e, por consequência, o total de indivíduos danificados não apresentaram relação com a intensidade de colheita. Tendo em vista que os danos à copa são oriundos principalmente da derrubada das árvores, este resultado sugere que houve um excesso de danos gerados pelo arraste das toras, notadamente nas intensidades mais baixas de colheita. O número de indivíduos danificados para cada indivíduo colhido apresentou forte diminuição com o aumento da intensidade de colheita. Novamente, o padrão observado sugere que há possibilidade de diminuição do nível de impacto gerado nas intensidades mais baixas, notadamente no arraste das todas. Apesar de ter atingido menos de 1/3 da comunidade remanescente e de não aparentar ser um fator decisivo na determinação da intensidade de colheita ideal, é importante monitorar as árvores danificadas nos próximos anos para poder inferir com mais precisão sobre as consequências de longo prazo dos danos sofridos.


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